31 de outubro de 2014

Conversa Com o Pai: Por Que Me Esforçar?


Sentada no balanço de madeira amarrado a um grande carvalho, a princesa sorria ao sentir a leve brisa contra seus cachinhos. Para ela, o balanço é o brinquedo mais simples, mas também o mais empolgante. Ele oferecia algo que os demais brinquedos não ofereciam: paz, harmonia e sonhos. Basta você fechar os olhos e poderá voar para até onde a sua imaginação te permitir. A jovem menina, de coração puro e inocente, passou a tarde inteira com um monte de questionamentos em sua cabecinha.

Ela olhou para o céu, sabendo que o Papai saberia responder tudo o que ela lhe perguntasse.

— Sinto o seu coração pesado, minha princesa.

Ela sorriu ao ver seu Pai ao seu lado. Como sempre, Ele estava ali por ela. Ela abaixou a cabeça, um pouco envergonhada.

— Papai, posso te fazer uma pergunta?

— Pode me perguntar tudo o que quiser.

Alice levantou seus brilhantes olhos para o Pai. Todas as suas amigas já tinham lhe feito aquela pergunta, mas ela nunca soube responder.

— Pai, se Você já sabe que eu vou pecar e quando vou cair, então por que me esforçar?

O Pai, então, sorriu. Quantos e quantos de Seus príncipes e de Suas princesas tinham aquela mesma dúvida? Ele gostaria que todos entendessem.

— Filha, Eu sei de todas as coisas. Eu sei o que você vai fazer, falar e pensar antes que o faça. Eu te conheço. E Eu te amo — disse o Pai. — Eu não coloco ninguém no mundo para dizer: “você vai pro Céu e você pro inferno”. Eu não condeno ninguém dessa maneira. Dou uma chance justa a cada um para que, quando chegar o Grande Dia, ninguém possa me dizer que não teve uma chance. Isso seria injustiça.

— Então, se todos tem essa chance, por que a jogam fora, Papai? E se a chance é justa, por que existe tanta desigualdade?

— Porque as pessoas jogam em mim a culpa por algo que elas mesma fizeram. Princesa, quando Eu criei cada vida, escrevi uma história para ela com coisas que ela nasceu para fazer, porém quem completa a história é a própria pessoa. Eu nunca escrevi que alguém seria bandido, que seria um viciado ou que teria a família destruída. Isso são consequências das escolhas deles mesmos — explicou Deus. — Cada um nasce com um propósito dentro de si. Todo mundo, sem exceção, nasceu para dar certo e para ser salvo. O problema é que eles mesmos fazem escolhas que destroem esse plano e cada uma dessas escolhas ruins leva a uma consequência ruim.

— Então por que o Senhor não nos impede de fazer escolhas ruins? — perguntou a inocente princesa.

Isso seria mais injusto ainda, obrigá-los a seguir o meu caminho. É claro que os meus caminhos são sempre melhores, mas alguns não entendem isso e escolhem se afastar. Lembre-se sempre disso, minha filha: o pecado e uma escolha — continuou o Pai. — Quando os criei lhes dei o livre arbítrio, mas junto com ele vem as consequências. Eu criei o homem para estar perto de mim e Eu amo tanto a cada um... Mas muitos estão, por vontade própria, longe de mim. Não há nada que os impeça de estar comigo e de receber tudo aquilo que tenho para eles, a não ser eles mesmo. A minha palavras diz: coloco diante de vocês a benção e a maldição. Escolha, pois, a benção para que vivas. Entendeu, minha princesa?

— Entendi, Papai... E não podemos fazer nada por essas pessoas que estão longe de Você? — perguntou a jovem princesa, sentindo muita dó de quem não tinha o Papai como ela tem.

— Claro que pode, filha. Você pode falar de mim para eles, falar do meu amor, mostrar a verdade para eles e, dessa forma, trazê-los para perto de mim.

— Vou fazer isso, Papai, eu vou!

— Vá, filha. E mais uma coisa: eu sei quando você vai errar e quando vai acertar também, mas você não sabe. Por isso se esforce, e o que poderia ser um erro será um acerto — acrescentou o Pai. A jovem sorriu, agora determinada. — E, no seu caminho, nunca se esqueça de que Eu estarei contigo em cada passo que deres.


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